terça-feira, 23 de setembro de 2014

Clock Tower: The First Fear

 Clock Tower
por Ruby Rebel


Primeira matéria sobre jogos e não poderia começar de um jeito melhor do que esse... Vamos falar aqui um pouco sobre “Clock Tower: The First Fear”, um jogo de Survival Horror japonês (japoneses sempre surpreendendo) desenvolvido pela Human Entertainment.

O primeiro da série Clock Tower (também considerado como o jogo de número 0), foi um dos primeiros jogos de seu gênero lançados e foi muito inovador para sua época e para o console, já que era um jogo de SNES. Foi seguido por Clock Tower (que foi uma continuação ao 0) para Ps1, Clock Tower II: The Struggle Within também para Ps1 e Clock Tower 3 para Ps2, mas o foco aqui é o jogo 0.


O jogo se passa na mansão Barrows, uma mansão no meio de uma floresta e com uma enorme torre com um relógio (daí o nome do jogo), mas antes de falar sobre o jogo em si farei uma breve explicação sobre a história que se passa antes dele... ATENÇÃO SPOILERS A SEGUIR, leia por conta e risco

Tudo começa com Theodore Barrows. Ele viveu lá pelo século 15 no período da Guerra dos 100 anos, e era um homem que tinha muito medo da morte e por isso entrou em um culto maligno onde adoravam um demônio chamado de “O Grande Pai”. Diziam que se você matasse pessoas jovens em adoração a esse “deus” lhe seria concedida a imortalidade, e assim Theodore o fez. Ele sequestrava crianças e fazia rituais canibais em nome do “Grande Pai” esperando assim conseguir sua vida eterna, mas o que ele conseguiu foi amaldiçoar sua própria família: a cada geração nascia da família Barrows crianças demônios conhecidas como “Os Filhos do Pai”, crianças deformadas que não conseguiam sobreviver por muito tempo... Mas uma descendente da família Barrows conseguiu manter seus filhos gêmeos vivos ao parar o relógio da torre da mansão onde vivia; foi como se o tempo dentro da mansão parasse, e desse modo seus filhos puderam sobreviver, mas não podiam sair da mesma, pois tinham corpos fracos que apenas sobreviviam com o poder do “Grande Pai”, e desse modo à mãe deles continua com os sacrifícios. Dessa vez pretendendo fortificar os corpos de seus filhos para que assim eles possam deixar a mansão e é a partir daí que começa o jogo...


O jogo se passa em setembro de 1995 (mesmo mês e ano em que o jogo foi lançado)... Você é uma garota órfã chamada Jennifer Simpson (o pai de Jennifer era obstetra e sumiu misteriosamente quando foi chamado para fazer um parto, a menina ficou apenas com a mãe que a abandonou em uma lixeira ao se envolver e fugir com um outro homem) que junto com Laura, Ann e Lotte foram adotadas por uma professora do orfanato Granite (onde elas eram internas) chamada Mary Barrows.

No começo do jogo as quatro meninas acompanham a senhora Barrows até a mansão no meio da floresta para conhecer o seu marido Simon Barrows, ao chegar lá todas se reúnem em uma espécie de hall e Mary diz que vai chamar o marido deixando assim as meninas sozinhas. Algum tempo se passa e ela não retorna, Jennifer começa a se preocupar e decide ir atrás da senhora Barrows deixando suas amigas no hall, mas assim que ela chega ao corredor escuta gritos e ao voltar ao hall suas amigas desapareceram e as luzes estão todas apagadas. Jennifer se vê sozinha em uma mansão enorme e que ela não conhece e então o jogo começa de verdade.


Você deve vasculhar cada lugar da mansão à procura de suas amigas e da senhora Barrows, e onde está o survival horror? Paciência queridos amigos... A casa contém algumas surpresas e algumas delas não são muito legais (experiência própria), você é uma garota sozinha em uma mansão sombria, não tem arma alguma, a única coisa que sabe fazer é correr (coisa que precisará fazer várias vezes)... 

Os gráficos do jogo são em estilo realistas, em minha opinião coisa avançada para época, e a trilha sonora é muito boa, uma das coisas que te faz ficar perturbado, você apenas escuta os passos de Jennifer, o ranger das portas sendo abertas e às vezes umas musiquinhas que dão nos nervos e te deixam apreensivo, meio que um terror psicológico.


Ao longo do jogo Jennifer vai encontrando alguns itens e descobrindo toda a historia que cerca aquela mansão sinistra. E, pra quem pensa que é fácil encontrar os itens... Bom, eles mudam de lugar sempre, quer dizer que se por ventura você vier a morrer (sim você morrerá) não encontrará o mesmo item no lugar de antes (alguns ficam em lugares fixos, mas outros não) e eu sugiro que vasculhem muito bem cada cômodo, eu lembro que deixei dois itens passar despercebidos.

Ah o jogo se resume a isso? Não, afinal, qual seria a graça de um survival horror sem alguém te perseguindo? Isso mesmo, em Clock Tower não seria diferente, temos o Scissorman, uma criança deformada de pele acinzentada que aparece quando bem entende e começa a perseguir Jennifer com nada mais nada menos que uma tesoura de jardinagem gigante (brinquedo muito legal pra uma criança).


Outra coisa importante, Jennifer tem um nível de estresse, isso mesmo... Por trás do rosto dela fica um plano de fundo azul, isso quer dizer que ela está calma, mas à medida que a tensão aumenta ou ela se vê perseguida pelo Scissorman o nível de estresse cresce, passa para verde, depois laranja e por ultimo o nível critico, vermelho, e com à medida que o estresse aumenta ela não consegue mais correr sem tropeçar (o que te atrapalha pra caramba quando está fugindo do mini psicopata) e você têm que encontrar algum lugar seguro para que ela se recupere, e falando em local seguro... O Scissorman nunca para de persegui-la, a não ser que ela se esconda em algum lugar ou despiste-o de algum modo (o que em determinados cômodos não dá muito certo). Se o nível de estresse não estiver muito alto Jennifer também consegue, digamos assim, se defender ou se livrar de algumas armadilhas, em relação ao psicopata, ela consegue empurrar a tesoura de volta ao Scissorman derrubando-o no chão dando tempo assim de fugir.


À medida que o game vai passando a tensão também aumenta, o medo de esbarrar com o Scissorman, você desesperado pra fugir daquela casa, não saber onde está todo mundo, tudo isso influencia pra te fazer perder o juízo... E pra completar o jogo tem alguns finais alternativos, variando entre bons e ruins, eu consegui fechar 4 finais, dois foram finais ruins e dois foram bons... Vários finais e vários jeitos de chegar até eles e é isso que te dá vontade de jogar de novo e de novo.

Um desses finais é chamado de Final C e foi a partir dele que veio a continuação, o “Clock Tower 1” que se passa alguns anos depois (os outros dois jogos da franquia não tem ligação direta com o primeiro jogo).


A cada descoberta que você faz o jogo fica mais emocionante e as coisas realmente começam a pegar fogo quando Jennifer consegue a chave da Ala Oeste, a ala proibida da mansão, onde se você tiver sorte (coisa que não tive) você pode descobrir um fato importantíssimo que envolve a própria Jennifer, sem contar uma outra surpresa que você encontra ao chegar perto do final. No decorrer do game você também encontra alguns animais, e vá por mim, tudo naquela casa é do mal, desde animais até a mobília...

Em alguns momentos acontecem algumas pequenas cenas no jogo, exemplo: Jennifer abre um armário e vai olhar o que tem lá dentro, uma cena vai acontecer para mostrar o que tem lá (geralmente algo não legal) e em algumas dessas cenas pode acontecer algum susto já que você não esperava tal coisa.


Outras mídias:

Além do jogo Clock Tower: The First Fear existe também livros/novelas e dois mangás. No livro conta a história da família Barrows e como começou a maldição (coisa que eu citei no começo através de um resumão) e o mangá (Clock Tower Prologue) conta quando as meninas foram adotadas. Esse mangá teve também uma continuação chamada: Clock Tower: The First Fear – Method to Capture Victory, que trazia algumas outras informações extras sobre personagens e o enredo do game.


Clock Tower é um jogo realmente muito interessante e que eu recomendo muito, claro que comparado a algum outro survival horror, principalmente aos atuais, ele não dará tanto medo, mas posso garantir que quem o jogar vai levar alguns sustos ou pelo menos ficar um pouco tenso com as situações (eu quase estourei o tablet no chão algumas vezes)!

Caso alguém sinta a curiosidade em ler o mangá esse pessoal o traduziu: http://podterror.com/clock-tower-first-fear-prologo/ e http://podterror.com/clock-tower-first-fear-method-capture-victory/ e não tenha problema com inglês, é só clicar aqui

Bom é isso aí... Espero que tenham gostado e até a próxima postagem com a tia Ruby o/

7 comentários:

  1. Respostas
    1. Ficamos muito felizes por teres gostado!!
      Muito obrigada ^^

      Excluir
  2. Muito bom a analise,uma pena que o manga traduzido nao esta mais disponivel =(

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico imensamente feliz que tenhas gostado!! O jogo é incrível, sempre acabo voltando pra jogar um pouco mais rs

      E acabei de conferir, o site não está mais no ar... Sinto muito que não tenhas conseguido visualizar o mangá...

      Excluir
    2. Renan, encontrei um site que possui o mangá, se você não tiver problemas em ler em inglês, está aqui o link:

      http://mangakakalot.com/chapter/clock_tower/chapter_1

      Excluir